De Ipatinga para o interior de Minas: Santa Margarida se prepara para dois dias de cinema gratuito
A Mostra Estação Cinema, criada no Vale do Aço, será realizada nos dias 6 e 7 de junho em Santa Margarida, com sessões ao ar livre, exibição de curtas brasileiros premiados e a estreia do documentário Soneto para Santa Margarida, produzido por alunos da cidade.
SANTA MARGARIDA – Nas noites de 6 e 7 de junho (sexta e sábado), Santa Margarida recebe sessão de cinema ao ar livre – a Mostra Estação Cinema, iniciativa cultural que nasceu em Ipatinga e tem percorrido o interior de Minas com sessões gratuitas de curtas brasileiros, acessíveis, formativas e profundamente conectadas ao território.
Viabilizada com recursos da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal, a mostra levará às praças da cidade curtas premiados e filmes-poemas com foco na infância, na memória e na força das narrativas populares. A programação da Mostra será a mesma nos dois dias, com a abertura de cada sessão marcada pela estreia do filme Soneto para Santa Margarida obra poética produzida por alunos do Curso de Cinema Documentário, ministrado pelo professor artista Gustavo Jardim. O filme retrata paisagens, afetos e memórias da cidade. Após a exibição, o público poderá assistir a uma seleção de curtas brasileiros premiados, como A Menina Espantalho, Aurora, a Rua que Queria Ser Rio, Galinha ao Molho Pardo, A Bata do Milho e Caçadores de Saci. A primeira sessão acontece na Praça Cristovam Nunes de Oliveira, no distrito de São Domingos, e a segunda, na Praça Cônego Arnaldo, no centro da cidade. “Será emocionante ver o município retratado com tanta sensibilidade pelos estudantes. A cidade se reconhece na tela e isso transforma”, observa Alexandre Luna, um dos curadores da Mostra e realizador do projeto Santa Margarida – Cultura, História e Trabalho, que resultou na produção do documentário sobre o município.
CINEMA PARA TODOS
A programação é gratuita e acessível, com tradução em Libras e estrutura preparada para acolher todos os públicos. A expectativa é reunir estudantes, famílias, crianças, idosos e jovens dos bairros e distritos.
“O cinema na praça desperta senso de pertencimento. As pessoas se veem nas telas, se escutam nas vozes e reconhecem seus modos de vida”, afirma Alexandre.
ITINERÂNCIA
A Mostra Estação Cinema é realizada por Shirley Maclane, com curadoria de Alexandre Luna e Gabriel Loures, que assina a produção, juntamente com Helena Nunes. A identidade visual é da designer e jornalista Goretti Nunes –
todos criadores com trajetória iniciada em Ipatinga, no Vale do Aço. “A ideia sempre foi fazer com que o cinema voltasse a ser um encontro, um espaço de afeto e pertencimento. Nada mais justo do que começar isso em Ipatinga, que sempre teve uma cena cultural pulsante”, diz Shirley. Com edições realizadas em outros municípios mineiros, a produtora cultural enfatiza que a mostra se afirma como iniciativa itinerante e coletiva, valorizando o cinema brasileiro e fortalecendo a identidade popular por onde passa. “Temos orgulho de dizer que esse projeto nasceu em Ipatinga e se espalha como uma rede de cultura viva, conectando saberes, territórios e afetos por meio do cinema”, completa Luna.
VOZES DO BRASIL
Exibir filmes como Galinha ao Molho Pardo e A Menina Espantalho ao lado de obras produzidas localmente, como Soneto para Santa Margarida, é, segundo a equipe, uma maneira de honrar as múltiplas vozes do Brasil profundo. “A Estação Cinema deixa como legado a valorização do que é nosso, da cultura que pulsa em cada canto do país e de um público que merece ver e ser visto nas telas”, diz Shirley Maclane, acrescentando que “ao fim das sessões, o que esperamos são aplausos, encontros e novas memórias coletivas. A Mostra passa, mas as boas lembranças permanecem.”