Vereador de Ipatinga cobra Saritur aplicação de Lei sobre trocadores e descumprimentos  contratuais 

Elias da Fonte usou a tribuna para criticar o recente aumento das passagens na cidade, entre outros pontos
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Elias da Fonte anunciou que seu gabinete está de portas abertas para apoiar motoristas e  

cobradores que se sintam lesados pela empresa 

O vereador Elias da Fonte (PMB) subiu à tribuna da Câmara Municipal de Ipatinga nesta  

terça-feira (22) para fazer um discurso enérgico contra a Saritur, empresa responsável pelo  transporte coletivo da cidade. Em sua fala, o parlamentar expôs uma série de  

irregularidades e descumprimentos legais que, segundo ele, evidenciam o desrespeito com  a população e colocam em xeque a legitimidade do contrato de concessão em vigor. 

Elias iniciou a fala criticando o recente aumento da tarifa de ônibus, que passou de R$ 4,40 para  R$ 5,00 no dia 9 de abril. Segundo o vereador, a população está arcando com um valor alto,  enquanto a empresa, na prática, recebe R$ 6,00 por passagem — sendo R$ 1,00 subsidiado  pela Prefeitura. O aumento, aprovado com a justificativa de que a tarifa não subiria, gerou  

revolta e desconfiança. “A população foi enganada”, afirmou Elias. 

Comparando Ipatinga a cidades maiores e até capitais do Brasil, Elias demonstrou que a tarifa  local é desproporcional diante da qualidade precária do serviço prestado. “Pagamos uma das  tarifas mais altas do país para andar em ônibus sem ar-condicionado, com linhas cortadas e  frota sucateada. Isso é inaceitável”, disse o vereador. 

Descumprimento de leis municipais e cláusulas contratuais 

Um dos principais focos do discurso foi a ausência de trocadores nos coletivos, o que contraria  diretamente duas leis municipais: a Lei nº 1.804/2000, que proíbe a substituição do trocador por  dispositivos eletrônicos, e a Lei nº 2.275/2007, que permite a bilhetagem eletrônica, mas exige a  permanência do profissional a bordo. 

Elias ainda citou decisão do STF de 2023 que proíbe a dupla função de motorista e cobrador em  Cuiabá-MT, reforçando o risco de acidentes e prejuízos à segurança e ao atendimento dos  passageiros. 

Além disso, o vereador denunciou o descumprimento de cláusulas contratuais e normas  

municipais quanto à idade da frota, que deve ser de até 10 anos, com média máxima de 5 anos.  Relatório de 2023 revelou que os ônibus em circulação vão de modelos 2007 a 2014, ferindo o  Decreto nº 7.864/2014 e o Contrato 039/2015 – SESUMA. 

Elias também apresentou denúncias trabalhistas graves: “Recebemos relatos de que o FGTS de  trabalhadores não está sendo depositado regularmente desde novembro de 2024. Além disso,  como cobrar um bom atendimento de motoristas sobrecarregados, que acumulam funções, sem  treinamento adequado?”, questionou. O contrato exige cursos de capacitação e relações com o  público, o que, segundo o vereador, não está sendo cumprido. 

Medidas e encaminhamentos 

Diante da gravidade dos fatos, Elias da Fonte anunciou uma série de ações que serão adotadas  pelo seu mandato:

Requerimento à Saritur solicitando relatório circunstanciado, com base na Lei nº 3.376/2014,  contendo número de passageiros por linha, alterações de veículos e incidentes; Ofício à  

Prefeitura solicitando informações sobre relatórios entregues pela empresa e cópias dos  

documentos. 

Uma representação ao Ministério Público (MP) denunciando o descumprimento de leis  

municipais e cláusulas contratuais por parte da Saritur; fiscalização de denúncias trabalhistas  junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), caso os fatos sejam confirmados. 

O vereador anunciou que seu gabinete está de portas abertas para apoiar motoristas e  

cobradores que se sintam lesados pela empresa. “Se a Saritur alega dificuldade financeira, isso  por si só pode ser motivo de rescisão contratual, como prevê a legislação municipal. Mas o que  não pode é a população continuar pagando caro por um serviço vergonhoso”, finalizou o vereador.

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