Câncer infantil: diagnóstico precoce pode salvar vidas

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Oncologista pediátrico da Fundação São Francisco Xavier alerta sobre a importância de tratar a doença ainda nos estágios iniciais

 

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), todos os anos cerca de 12 mil crianças e adolescentes são diagnosticados com a doença no Brasil, uma média de 32 casos por dia, a maioria entre crianças de quatro a cinco anos de idade. Os dados preocupam e acendem o debate sobre a doença.  Por esse motivo, o dia 15 de fevereiro, Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil, promove a conscientização e alerta para a importância do diagnóstico precoce.

A campanha tem como objetivo levar informações e aumentar a conscientização da população sobre o câncer em crianças e adolescentes, assim como mobilizar governos e sociedades na luta contra esse tipo de doença. 

Apesar de grave, o câncer infantil é curável, com índices que chegam até a 80% de remissão, se descoberto precocemente. “A melhor forma de atuarmos sobre os tumores nas crianças é por meio do seu diagnóstico precoce, quando a doença ainda está em seus estágios iniciais. Assim, há maior chance de sucesso no tratamento, muitas vezes menos agressivo, com um melhor prognóstico para a criança e com menor risco de efeitos colaterais”, explica o médico oncologista pediátrico da Fundação São Francisco Xavier Lucas Teiichi Hyodo.

É importante ressaltar que, diferentemente do câncer em adultos, o câncer infantil não está associado a fatores ambientais e hábitos de vida. “Na maioria dos casos, os tumores que aparecem na faixa-etária pediátrica têm relação com alterações genéticas, que nem sempre são herdadas do pai ou da mãe da criança, podendo ser adquiridas ao longo do período intrauterino ou durante o seu desenvolvimento”, disse o médico.

O oncologista pediátrico ainda alerta que os sintomas quando na fase inicial podem ser parecidos com sintomas de doenças comuns na infância. “Os sinais e sintomas iniciais do câncer infantil são, muitas vezes, inespecíficos e podem ser confundidos com doenças benignas comuns na infância. Nas crianças, os tumores têm menor período de latência, maior rapidez de crescimento e maior agressividade; contudo, apresenta também uma melhor resposta ao tratamento e melhor prognóstico. Os principais sinais e sintomas são: febre, dores pelo corpo, aumento de linfonodos localizados ou generalizados, dores ósseas, manifestações hematológicas como pequenos sangramentos embaixo da pele ou espontâneos, palidez, alterações oculares, neurológicas e o aparecimento das massas palpáveis em qualquer segmento corporal. As doenças neoplásicas malignas mais comuns, considerando a faixa-etária de até 20 anos de idade, são as leucemias, os tumores no sistema nervoso central e os linfomas”, alerta.

Atualmente, o avanço nos tratamentos e na evolução da medicina oncológica tem proporcionado tratamentos eficazes e com altas taxas de respostas positivas, mas o desafio ainda é grande, segundo Lucas Hyodo. “O tratamento oncológico pediátrico tem avançado significativamente, com uma taxa de cura para algumas doenças acima de 80%, mas não é ainda o momento de comemorar. Nosso objetivo é a cura de 100% das nossas crianças”, aponta o médico. 

Ainda segundo Lucas Hyodo, os desafios do combate ao câncer no nosso país ainda são grandes com relação a conscientização e disponibilização dos melhores medicamentos utilizados no mundo para o tratamento dos diversos tumores pediátricos. “Nosso propósito é trazer não só a cura, mas uma possibilidade de vida futura sem sequelas ou efeitos colaterais graves e, para aquelas crianças cuja cura não é mais possível, trazer um alívio da dor e do sofrimento durante o enfrentamento dessa terrível batalha”, finaliza.

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