Hospital Márcio Cunha realiza primeiro transplante de córnea 

Dr Silas Machado Franco Júnior
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Paciente com ceratocone e menos de 10% da visão do olho direito recebeu o tecido de um doador e está com visão total 

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“Meu Deus doutor, eu estou vendo!” Esta foi a frase emocionada que a dona de casa Sílvia Maria Bara de Oliveira, de 52 anos, disse assim que o oftalmologista retirou o curativo de seu olho direito, um dia após ser submetida a uma cirurgia de transplante de córnea. Bara foi a primeira paciente a realizar o procedimento no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, administrado pela Fundação São Francisco Xavier.

O transplante de córnea de Sílvia realizado no último dia 15, marca um novo capítulo na vida da dona de casa e dos moradores da região. “A cirurgia consiste na substituição de um disco corneano doente por outro sadio de um doador. Ela foi um sucesso. A paciente já está enxergando normalmente e precisa agora manter o acompanhamento médico”, comenta Silas Machado Franco Júnior, cirurgião oftalmologista da Fundação São Francisco Xavier, com atuação no Hospital Márcio Cunha e responsável pela cirurgia.

“Estamos muito felizes em poder proporcionar o que há de mais moderno em tecnologia de ponta, know-how e expertise de equipe médica para a realização de transplante de córnea. O Hospital Márcio Cunha já é referência em várias áreas médicas e agora estende sua atuação nessa área oftalmológica para uma população que tanto necessita. O que a gente busca é investir no bem-estar das pessoas”, comenta o diretor de hospitais da Fundação São Francisco Xavier, Dr. Mauro Oscar Soares de Souza Lima.

Indicação

O oftalmologista Silas explica que o transplante de córnea é um dos últimos recursos e mais eficientes para tratar o ceratocone em estágio avançado, como no caso da paciente Sílvia. “A córnea é a nossa primeira e mais externa lente natural, sendo responsável por 2/3 da tarefa de focalizar a imagem. O ceratocone é uma doença que afeta a córnea tornando-a mais pontiaguda e mais fina que o normal. A estrutura fica curvada para fora do olho, semelhante a um cone. Os tratamentos dependem da fase da doença. A Sílvia tinha um histórico longo de perda de visão, com menos de 10% da visão no olho direito. O transplante é o principal procedimento nestes casos”.

No Brasil, mais de 150 mil pessoas são diagnosticadas com ceratocone anualmente. A doença, de acordo com o médico, afeta mais adolescentes e indivíduos no início da fase adulta. “Quanto mais cedo, o ceratocone se apresenta, mais agressivo ele é. Por isso, a importância de observamos as dificuldades visuais de nossos filhos e levá-los a consultas oftalmológicas regulares com acompanhamento anual. Em casos de suspeita da córnea com ceratocone, as visitas ao especialista devem ser semestrais para a realização de exames complementares”, orienta.

Mudança de vida

Para Silvia o transplante de córnea foi um renascimento. “Eu nasci de novo, não consigo nem descrever direito a minha felicidade. Depois da cirurgia eu queria ver tudo ao meu redor. Mas confesso, o que me deixou ainda mais feliz foi ver a alegria da minha família com o meu bem-estar”, ressalta.

“Eu já havia feito um transplante em 2001 em Belo Horizonte e tive rejeição. Daquela vez, quando tiraram o meu curativo, a minha visão ainda estava embaçada. Desta vez não, eu consegui ver tudo: formas, cores, tamanhos”. 

Sílvia convive com o ceratocone desde criança e a doença foi progredindo com o tempo. “Aos sete anos eu fui diagnosticada. Minha mãe me levou a um médico no Rio e ele nos disse que eu ficaria cega. Eu cresci com muito temor disso”, lembra.

Para corrigir a ceratocone, Sílvia começou usando óculos, daqueles de fundo de garrafa, dito popularmente. Aos 13 anos, ela passou a usar lentes de contato, mas com o tempo a lente começou a cair do olho e a visão foi piorando. “Eu me casei aos 18 anos e já estava com a visão bastante comprometida. O meu maior medo era não poder ver minhas filhas crescerem”, diz.

Sílvia lembra que sofreu bullying quando criança e preconceito na fase adulta. “As pessoas não sabem a dificuldade que um deficiente visual tem para fazer as coisas. Consegui trabalho de doméstica, serviços gerais e babá, mas acabei sem emprego e com receio de sair de casa”.  

Quando foi chamada para o transplante ela teve as esperanças renovadas. “Eu fiquei em choque e com muito pensamento positivo. Eu havia sido escolhida mais uma vez. Agradeço a Deus, ao Dr. Silas que me acolheu com muito carinho e profissionalismo e acreditou que eu poderia voltar a enxergar. Mas agradeço em especial ao doador, à sua família. A gente sabe que muitas vezes, na hora da dor é uma decisão difícil, mas é uma benção para outras vidas”.

Silvia ainda ensina. “Eu acho que a doação de órgãos e tecidos devia ser matéria desde a primeira série na escola. Só assim, com muita campanha, que podemos mudar a vida das pessoas”.

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