No próximo sábado (23), representantes da juventude de 33 municípios mineiros da bacia do Rio Doce vão se reunir em Timóteo, durante o seminário “Ambientar: Diálogos pelo Rio Doce”. Trata-se do primeiro grande encontro coletivo para os participantes do Ciclo III Pulsar Jovem Pelo Rio Doce, um projeto realizado pela Fundação Geraldo Perlingeiro Abreu (FGPA), voltado à formação de jovens lideranças para protagonizar mudanças socioambientais na região onde vivem.
Esse projeto faz parte das ações de reparação e compensação à sociedade implementadas após o desastre ecológico de 2015, com o estouro da barragem de Fundão, em Mariana. Integra o Programa de Educação para a Revitalização da Bacia do Rio Doce, desenvolvido pela Fundação Renova, de quem a FGPA é parceira.
Os objetivos do seminário são promover diálogos sobre experiências vivenciadas na Bacia do Rio Doce, ampliar percepções sobre desafios e oportunidades nas questões socioambientais contemporâneas, além de despertar talentos e estimular o compartilhamento de experiências, saberes e perspectivas das juventudes. O encontro será realizado no período de 8h às 15h.
Motivadores do diálogo
Para debater, em uma roda de conversa, as questões socioambientais com os participantes do projeto foram convidados dois especialistas com mais de 25 anos de experiência na área: Cláudia Diniz, bióloga do Centro de Biodiversidade da USIPA, coordenadora do Projeto Xerimbabo de Educação Ambiental da USIMINAS de 1998 a 2023 e o pedagogo, Mestre em gestão e auditoria ambiental Maurício Ferreira, que é responsável técnico pela execução do Programa de Educação Ambiental nas empresas Cenibra, ArcelorMittal BioFlorestas, ArcelorMittal Mina do Andrade.
Uma dinâmica será organizada com grupos menores, para motivar o diálogo e possibilitar maior interação entre os participantes. A condutora deste trabalho será a pedagoga, contadora de histórias e educadora ambiental Marli Ribeiro, que tem mais de 30 anos de experiência em projetos, entre eles o projeto Xerimbabo.
Integração mineira
A organização do evento montou uma logística especial para levar mais de 500 participantes para o evento, em Timóteo. Alguns desses jovens estão separados por distâncias de até 400 Km, como por exemplo, os de Mariana e os de Conselheiro Pena. Por outro lado, eles estão unidos com o mesmo objetivo.
A expectativa para este seminário é grande por parte da coordenação do projeto Pulsar Jovem pelo Rio Doce. Mário Taniguchi, um dos coordenadores, afirma que a conscientização ambiental da juventude é um ponto fundamental a ser trabalhado. “O que nós pretendemos com esse encontro é que esses jovens tenham a visão mais ampliada a respeito dos grandes desafios e problemas socioambientais da atualidade, especialmente focando nas questões relacionadas à revitalização da bacia do Rio Doce. Mas, queremos também que eles possam interagir e se integrar a fazer uma grande rede de Juventude em prol dessa causa ambiental”, afirmou.
Ana Marta de Souza Inez, pedagoga e coordenadora do projeto acredita que este Ciclo III do projeto de formação de jovens lideranças vai favorecer a integração dos jovens em torno de projetos comuns para atender a diferentes realidades. “Vamos conseguir ampliar ainda mais a compreensão de que os problemas apresentados pelos municípios são problemas às vezes comuns e que por meio de ação coletiva podemos solucionar um mesmo problema em diferentes lugares”, salientou.
No Seminário Ambientar, vão participar jovens provenientes tanto das cidades, como das zonas rurais e distritos dos municípios de Alpercata, Barra Longa, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho, Bugre, Caratinga, Córrego Novo, Conselheiro Pena, Dionísio, Fernandes Tourinho, Galileia, Governador Valadares, Iapu, Ipaba, Ipatinga, Marliéria, Mariana, Naque, Periquito, Pingo D’Água, Ponte Nova, Raul Soares, Rio Casca, Rio Doce, São Domingos do Prata, São José do Goiabal, São Pedro dos Ferros, Santana do Paraíso, Santa Cruz do Escalvado, Sem Peixe, Sobrália, Timóteo, Tumiritinga.
Etapas do PULSAR JOVEM PELO RIO DOCE
O projeto realizado pela FGPA, em parceria com a Fundação Renova, tem 13 meses de duração, em um processo formativo com carga horária total de 300 horas, fornecendo, ao final, um certificado a seus participantes. Está organizado em três fases.
A primeira etapa consta de um curso de formação, com encontros, oficinas, seminários presenciais e atividades virtuais ou assíncronas.
Já a segunda é voltada para a capacitação dos jovens na elaboração de um projeto socioambiental, quando os jovens redigem uma proposta de projeto, condizente com a realidade e as necessidades sociais e ambientais de sua região.
A implementação dos projetos é feita na terceira fase, quando os participantes recebem acompanhamento e mentoria dos educadores da FGPA e recursos provenientes da Fundação Renova para a efetivação dos projetos.
